A diversificação é um princípio essencial no universo do colecionismo de arte, seja do ponto de vista estético, cultural ou estratégico. Podemos pensar nessa diversificação por diferentes ângulos.

 

Origem dos artistas

A presença de artistas de diferentes origens e culturas enriquece o diálogo entre as obras, permitindo comparações, contrastes e a percepção de tendências globais e locais.

Reunir em um mesmo acervo nomes nacionais e estrangeiros amplia o alcance cultural da coleção e o valor histórico que ela carrega. Se o interesse for manter um acervo exclusivamente brasileiro, reunir artistas de diferentes regiões do Brasil irá refletir a rica diversidade estética do país.

 

Formas de expressão

Investir em distintas formas de expressão — esculturas, pinturas, desenhos, gravuras, fotografia e novas mídias — transforma o acervo em um espaço mais dinâmico, representativo e multifacetado. Cada linguagem artística traduz sensibilidades específicas que dialogam, se complementam ou se contrapõem, enriquecendo a experiência de quem as contempla. 

 

Diversidade temática 

Uma coleção de arte que reúne temas diversos permite contato com múltiplas visões de mundo, emoções, crenças e experiências individuais (de cada artista) e coletivas (questões sociais, culturais e identidade coletiva). Assim, a coleção se torna mais interessante para um público mais amplo, estimula o pensamento crítico e o desenvolvimento de um olhar mais sensível e aberto a outras realidades.

 

Momentos históricos e movimentos artísticos

Compor uma coleção com obras produzidas em diferentes épocas e que representem diferentes movimentos artísticos é como criar um prisma que propicia múltiplas reflexões: como a expressão artística se dá dentro de contextos históricos específicos, como estéticas variadas traduzem temas universais e atemporais, como os artistas enxergaram fatos que lhes pareceram relevantes no seu tempo…

 

Coleção de arte como investimento

No aspecto estratégico, essa diversificação funciona como proteção do investimento. O mercado da arte é sensível a modismos e oscilações de interesse. Ao distribuir sua coleção em diferentes linguagens e artistas de variadas origens e trajetórias, o colecionador reduz riscos e aumenta a chance de valorização ao longo do tempo.

 

Colecionar obras de arte significa criar uma narrativa ampla e representativa da pluralidade da arte em seus aspectos formais e semânticos. É, para além do investimento, constituir patrimônio cultural e histórico de relevância duradoura.