A OBRA
Composição no estilo modernista figurativo brasileiro assinada pelo reconhecido artista Clóvis Graciano, serigrafia de 1975 . Muito bom estado de conservação, sem moldura.
A arte é uma celebração vibrante da cultura popular brasileira. Com o traço seguro e expressivo que consagrou o artista no modernismo nacional, Graciano transforma músicos em movimento numa verdadeira coreografia gráfica. As figuras alongadas, os contornos fluidos e a paleta intensa revelam sua capacidade única de unir força estética e sensibilidade humana.
A obra condensa tudo aquilo que tornou Graciano um dos grandes nomes da arte brasileira: o olhar para o povo, a musicalidade do gesto e a elegância formal construída com simplicidade. Cada elemento é pensado para transmitir ritmo — dos instrumentos erguidos à dança sugerida pelos corpos, passando pela presença simbólica da lua estrelada.
Medidas: 25 x 13 cm
O Artista
Clóvis Graciano (Araras SP 1907 - São Paulo SP 1988)
Clóvis Graciano foi um pintor, desenhista, cenógrafo, gravador e ilustrador de destaque no cenário artístico brasileiro. Natural de São Paulo, ele se estabeleceu na cidade em 1934, onde iniciou seus estudos com o pintor Waldemar da Costa, entre 1935 e 1937. No ano de 1937, Graciano integrou o Grupo Santa Helena, ao lado de artistas como Francisco Rebolo, Mario Zanini e Bonadei, marcando o início de sua trajetória ao lado de importantes nomes da arte brasileira. Durante esse período, frequentou o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes até 1938, mas sem concluir sua formação formal. Em 1939, foi eleito presidente da Família Artística Paulista (FAP), grupo fundamental na cena artística paulista da época.
A carreira de Graciano se consolidou com sua participação ativa nos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos, além de realizar sua primeira exposição individual em 1941. Em 1948, foi um dos sócios-fundadores do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), fortalecendo seu vínculo com as instituições culturais brasileiras. Em 1949, foi premiado no Salão Nacional de Belas Artes, o que possibilitou sua viagem à Europa, onde permaneceu por dois anos em Paris, estudando pintura mural e gravura. Esse período foi decisivo para sua formação artística, especialmente no campo da pintura mural, que passou a dominar em sua carreira nos anos seguintes.
A partir dos anos 1950, Clóvis Graciano se dedicou principalmente à pintura mural, além de desenvolver ilustrações para obras literárias importantes, como o "Cancioneiro da Bahia", de Dorival Caymmi, e "Terras do Sem Fim", de Jorge Amado. Em 1971, assumiu o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp), cargo que reforçou seu compromisso com a preservação e difusão da arte brasileira. De 1976 a 1978, exerceu a função de adido cultural em Paris, ampliando sua influência internacional.
Ao longo de sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, com uma produção marcada pela representação de temas sociais e pela busca de uma arte que refletisse as questões do Brasil e de sua gente. Sua obra, que transita entre diversas linguagens artísticas, consolidou-se como um importante marco na história da arte moderna no Brasil.
Um burocrata indolente
Nascido em Araras (SP) e falecido em São Paulo. Descendente de imigrantes italianos, ficou órfão aos 12 anos e, para sobreviver, desempenhou os mais humildes ofícios.
Desenhando desde o grupo escolar (escola de 1º grau), empregou-se, em 1927, na Estrada de Ferro Sorocabana (Fepasa), cabendo-lhe pintar postes e tabuletas para a ferrovia.
Em 1934 transfere-se para São Paulo, como fiscal do consumo, dividindo a partir de então seu tempo entre o emprego de burocrata e a arte, com evidentes vantagens para essa, tanto que dez anos depois foi demitido - por abandono de emprego.
Ampliando os horizontes
O desenho, que praticava como autodidata, será a sólida base sobre a qual construirá, desde então, sua carreira.
Um colega de pensão que lhe viu alguns trabalhos aproximou-o de Portinari (cinco anos mais velho que ele) e, a conselho deste, Graciano passou a freqüentar o ateliê de Waldemar da Costa e a lhe absorver os ensinamentos (1935-1937).
Do desenho, logo passa à aquarela, e daí ao óleo. Segue também como aluno livre o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938.
O Grupo Santa Helena
Instalara-se, em 1937, no Palacete Santa Helena ali, junto com Rebolo, Zanini, Bonadei e outros pintores que trabalhavam e pesquisavam em atmosfera de íntima cooperação, realizou avanços técnicos notáveis.
Como diria, muitos anos mais tarde, «o Grupo Santa Helena poderia não ter uma tese. Era um grupo mais de pintores artesãos, que procuravam reformar a pintura acadêmica, e havia um trânsito de conhecimentos entre todos eles: Volpi, Rebolo, Bonadei, Pennacchi, Tomás Santa Rosa e uma porção deles. Permutavam conhecimentos, permutavam técnicas, e acabaram fazendo uma coisa, para a época, muito importante».
Realizou sua primeira exposição em 1937, no Pará, com outros integrantes do Grupo Santa Helena. Do Grupo, passara à Família Artística Paulista (da qual seria presidente, em 1939) e ao Sindicato dos Artistas Plásticos, participando regularmente de suas exposições.
Seguindo o próprio caminho
Mas só em 1941 fez uma individual, no Centro Paranaense em São Paulo: desenhos a nanquim, guaches e monotipias, de vez que só em 1943 exporia suas primeiras pinturas a óleo. No ano seguinte participou de um concurso de desenho promovido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, recebendo o primeiro prêmio.
A partir de 1940, expondo no Salão Nacional de Belas Artes (Divisão Moderna), recebe sucessivamente menção honrosa em pintura (1940), medalha de prata em desenho (1941), medalha de ouro em pintura (1941).
Recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1948. Assim, embarca, em 1949, para uma permanência de dois anos em França, Itália, Bélgica e outros países.
Aderindo ao muralismo
Ao retornar, expôs 30 pinturas, lançando-se depois à execução de uma série enorme de painéis em São Paulo e em outras cidades. E explica porquê:
O painel é a forma mais democrática da pintura. O governo, se quisesse, poderia mandar pintar painéis em logradouros públicos, como estações, campos de esporte, etc.
É uma forma de levar a arte ao povo, de imortalizar momentos históricos, de maneira a que todos tenham possibilidades de vê-los. A tela pertence a uma minoria. O painel a todos quantos queiram vê-lo.»
Figurativista por devoção
Graciano, que também se dedicou à cenografia e fez costumes para teatro e balé, destacou-se como ilustrador de livros e também desempenhou alguns cargos públicos, como a direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (para a qual foi nomeado em 1971) e a função de adido cultural em Paris.
No decurso de toda a sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo sequer de leve sentido a sedução do Abstracionismo. O artista, numa entrevista de 1972, explicaria, não sem certo orgulho:
Meu negócio é a figura, que nunca abandonei.
Estudando essa aparente invulnerabilidade de Graciano ao Não-Figurativismo, José Geraldo Vieira explicou-a de modo engenhoso, num texto de 1957 publicado em Habitat:
A quem porventura estranhar que Clovis Graciano, sempre tão arguto, haja permanecido renitentemente na figura humana e na natureza, se pode responder que, de início, foi forçosamente um pintor abstrato por profissão.
Pois, pintando postes e porteiras, em eventuais itinerários de tabuletas e ramais duma estrada de ferro, deixou em cima de muita tora, com aspecto tabu de totem, cores concretas, sem gama, suficientemente densas.
Que em discos semafóricos de desvios e baldeações deixou muitas bolas cromáticas no gênero das de Sophie Tauber-Arp.»
Influências de Picasso e Cézanne
Mas, como tantos outros pintores brasileiros do seu tempo, Graciano sofreu por vezes a influência do Cubismo picassiano - e talvez seja lícito ver, nessas mesmas pinturas da série Bombardeio, um eco de Guernica, que a antecedeu somente em alguns anos.
Mais do que Picasso, foi porém Cézanne que o marcou. Curiosamente, não é nas naturezas-mortas que a nota cézanniana repercute, ao contrário: as naturezas-mortas de Graciano permanecem fiéis à tradição, e numa, de cerca de 1942, é possível até mesmo ver insetos e larvas, as mesmas que pululam sorrateiras nas maravilhosas flores de Bruegel de Velours ou de Daniel Seghers, numa doentia alusão à morte e à destruição da matéria.
Não: a lição de Cézanne, assimilou-a Graciano, ao ordenar, de modo racional, os grandes espaços de seus painéis, ao compor com preocupações de geômetra o espaço das suas paisagens bíblicas ou das cenas de músicos e passarinheiros, nas quais o partido figurativo do primeiro plano contrasta com a esquematização geométrica que lhe serve de cenário.
Retratando cavalos e cavaleiros, músicos e dançarinos que se contorcem em poses inusuais, passarinheiros e outros temas semelhantes, Graciano roçou por vezes no fantástico e no insólito.»
A marca de Portinari
Nenhuma influência superou contudo a de Portinari, companheiro mais velho, conselheiro e amigo, com quem chegou a trabalhar algum tempo durante sua permanência no Rio de Janeiro.
Portinari marcou-o técnica, temática, estilisticamente: uma pintura como Família, de 1945, vincula-se às grandes composições de tema nordestino que Portinari realizara pouco antes, assim como os vários São Franciscos que Graciano pintou ao longo dos anos apontam, todos, para a Pampulha.
Inversamente, há quem sustente que Portinari colheu nos Espantalhos de Graciano a motivação para os muitos que em seguida faria.
Todas essas influências não bastam para sufocar ou esconder as características pessoais do estilo de Graciano, resumidas por Almeida Sales num texto de 1972 como «presença saliente do desenho, composição solenemente cenográfica e, na temática, o afã de conferir dignidade à humildade».
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